A portabilidade de dívida entre bancos pode ser solicitada pelos clientes desde 2013, quando o Banco Central colocou em vigor a medida, no entanto, muitos não sabem como essa modalidade funciona, veja tudo que você precisa saber neste artigo.
O que é portabilidade de dívida?
Essa medida foi adotada para estimular a concorrência entre os bancos e instituições financeiras, uma vez que o cliente não era obrigado a ficar preso a um banco, os mesmos teriam de se mexer para oferecer melhores condições e taxas.
A portabilidade de dívida entre bancos é uma boa pedida para quem quer trocar uma dívida cara por outra mais barata. Para ficar mais claro vamos a um exemplo:
Você contratou um empréstimo pessoal no banco X que possui as taxas previstas em contrato, no entanto, depois de um tempo essas tarifas e juros ficaram pesados e você ficou devendo, mas o banco Y te oferece tarifas menores, nesse caso vale a pena a portabilidade.
Outra razão que motiva muitas pessoas a optarem pela portabilidade é o mau atendimento do banco, das 10 empresas com mais reclamações em 2020, por exemplo, duas eram bancos, um na terceira posição e outro na décima.
Como funciona a portabilidade de dívida entre bancos?
Caso você já tenha feito os cálculos efetivos da dívida e comparados com o que pagará no novo banco, você deve solicitar ao banco que têm a sua dívida no momento o extrato com o saldo devedor atual.
O banco tem um dia útil para te fornecer esse documento, nele constará algumas informações que você precisa para portabilidade como:
- Número do contrato;
- Saldo atualizado da dívida;
- Tipo de crédito;
- Taxa de juros anual;
- Valor de cada parcela;
- Prazo total da dívida e prazo ainda restante.
Com esses dados em mãos, você pode ir até o banco para onde quer migrar sua dívida e apresenta os termos, ele vai ver de quanto você precisa e, se autorizar, entrará em contato com o outro banco, fará o pagamento e assumirá a dívida.
A lei abrange diversos tipos de dívidas como elegíveis para a portabilidade, cada tipo de dívida tem suas especificidades, dissecaremos as principais.
Para financiamento
Em casos de dívidas referentes a financiamento imobiliário ou de automóvel, o banco que cogita assumir a dívida deve quitar o valor em atraso com o banco que detém o contrato e apresentar ao cliente uma nova proposta de financiamento de todo o valor.
Por conta disso, é preciso avaliar com a instituição financeira que fará esse refinanciamento, as taxas pagas para reavaliar o imóvel ou automóvel e também custos de documentação que precisaram ser refeitos, tudo isso deve ser calculado por você antes de pedir a portabilidade.
Para empréstimo e cheque especial
O caso de empréstimo pessoal e cheque especial são os mais simples, o banco que planeja assumir irá te fazer uma proposta para renegociar essa dívida diretamente como ele, nesse caso não existirão taxas adicionais de avaliação, uma vez que não se trata de um bem.
O banco que assumirá a dívida deve contactar o banco que detém o contrato e quitar o valor total. Após essa resolução, seu contrato e as condições acordadas entre você e o novo banco passam a valer.
Para empréstimo consignado
Os empréstimos consignados são um caso à parte, por serem descontados em folha, dificilmente você chegará a dever o banco, isso só acontece em caso de exoneração de cargo público ou fim de uma pensão.
Esse tipo de empréstimo sempre possui taxas bem mais baixas, por ter justamente essa garantia de pagamento descontado direto na folha.
Além disso, não são todos os bancos autorizados a receber aposentadorias, salários de funcionários públicos e pensões, justamente por se tratar de dinheiro público. Por isso, as opções para portabilidade de dívida são mais escassas.
No geral, o pedido de portabilidade de dívida ou crédito consignado demora de 5 a 10 dias úteis, a depender da política praticada pela instituição financeira ou banco escolhido. E claro, sempre leia todo o contrato para saber dos custos e possíveis tarifas que possam surgir.
Veja também: Portabilidade de salário com dívida
Todos os bancos fazem portabilidade entre si?
A portabilidade de dívida entre bancos é feita praticamente por todos os principais bancos brasileiros e estrangeiros, mas não se restringe a opções tradicionais, bancos digitais e fintechs financeiras também trabalham com essa modalidade.
Vale lembrar que a maioria dos contratos só pode pedir portabilidade após 30% a 35% do período total já em curso, esse percentual pode variar, mas no geral fica nessa margem.
O mais importante aqui é saber o que avaliar na hora de comparar as opções, o que considerar? O que pesa? Veja alguns pontos importantes:
1. Custo efetivo total
Antes de solicitar a portabilidade você precisa saber qual o custo da sua dívida atualmente, e isso inclui: juros, tarifas, multas, valor da parcela, etc.
Depois você precisa avaliar quanto irá custar para mudar essa dívida de banco e comparar com o novo acordo proposto pelo banco. Essa deve ser a primeira coisa a se fazer para não cometer erros primários.
2. Analisar totalmente o novo contrato
Com a portabilidade feita, o seu contrato antigo deixa de existir e um novo é feito pelo banco que adquiriu sua dívida, por isso, leia atentamente todas as cláusulas e saiba todos os cenários possíveis para não ser pego de surpresa depois.
3. Opções de atendimento e suporte
Lembra que dissemos que o mau atendimento é a causa de muitos clientes solicitarem a portabilidade? Pois bem, verifique todas as formas de atendimento que o novo banco oferece e procure ver a reputação dele nesse aspecto. Um bom termômetro é o site Reclame Aqui.
Resumindo
- A portabilidade é uma forma de trocar uma dívida cara em um banco por outra com melhores condições e taxas de juros;
- Ela (a portabilidade) pode ser solicitada após um certo período do contrato já passado que pode variar de um banco para o outro, mas que no geral fica entre 30% a 35% do período total do contrato;
- É de suma importância que você faça o cálculo efetivo total da dívida antes de solicitar a portabilidade de dívida entre bancos;
- As regras podem ser diferentes dependendo do tipo de produto, empréstimo pessoal, financiamento imobiliário, empréstimo consignado e etc.
E aí, entendeu como funciona a portabilidade de dívida entre bancos? Veja também nossos artigos sobre portabilidade dívida de cartão de crédito. Caso ainda esteja na dúvida e queira uma análise mais detalhada e personalizada, conheça o Minha economia.
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