Um consórcio pode ser uma alternativa muito benéfica a sua vida financeira se você tiver organização financeira. Contudo, em caso de você não puder mais arcar com o consórcio ou se arrepender, é possível desfazê-lo. Neste artigo você entenderá como cancelar um consórcio, na prática. Apesar de todo consorcio ter um processo diferente por instituição, a lógica sempre é a mesma, e com essas dicas você entenderá melhor como fazê-lo.
O que é consórcio e como funciona?
Um consórcio é uma modalidade de compra baseada na união de pessoas físicas ou jurídicas em um grupo, organizado por uma administradora de consórcios, visando formar uma poupança comum para a aquisição de bens ou serviços. É uma forma de financiamento onde os participantes, também chamados de consorciados, contribuem mensalmente com uma quantia estabelecida, compondo um fundo comum que permite a contemplação periódica dos participantes por sorteio ou lance.
Como Funciona o Consórcio
- Formação do Grupo: Um grupo de consorciados é formado, todos visando adquirir um bem ou serviço específico, como veículos, imóveis, equipamentos, entre outros.
- Pagamento das Parcelas: Cada consorciado paga uma parcela mensal, composta pelo valor do bem dividido pelo número de meses do consórcio, mais taxas administrativas e, em alguns casos, fundo de reserva e seguro.
- Contemplação:
- Sorteio: Em cada assembleia mensal, pelo menos um consorciado é sorteado e tem o direito de utilizar o crédito para adquirir o bem ou serviço.
- Lance: Além do sorteio, os consorciados podem oferecer lances, sendo valores adicionais pagos junto à parcela para antecipar a contemplação. Quem oferece o maior lance pode ser contemplado, dependendo das regras do consórcio.
- Utilização do Crédito: Quando contemplado, o consorciado recebe o crédito correspondente ao valor do bem ou serviço para efetuar a compra. Esse crédito pode ser utilizado conforme as regras do consórcio, que geralmente permitem a escolha do bem ou serviço dentro de certas especificações.
- Pagamento Continuado: Mesmo após ser contemplado, o consorciado deve continuar pagando as parcelas até o término do plano, garantindo que outros participantes também sejam contemplados.
Exemplo Prático
Maria deseja comprar um carro de R$ 60.000, mas não tem o valor total e prefere evitar os altos juros do financiamento tradicional. Ela entra em um consórcio de 60 meses, onde cada consorciado paga uma parcela mensal de R$ 1.000 mais uma taxa administrativa de 10% ao ano.
- Mensalidade: R$ 1.000 (parcela) + R$ 100 (taxa administrativa) = R$ 1.100 por mês.
- Contemplação: Em uma das assembleias mensais, Maria pode ser sorteada e adquirir o carro. Se não quiser esperar, ela pode oferecer um lance para tentar antecipar sua contemplação.
- Após a Contemplação: Maria continua pagando as parcelas até o término do consórcio, mesmo após receber o carro.
Veja também: Vantagens do consórcio imobiliário [GUIA DEFINITIVO]
Como cancelar um consórcio?
O processo de cancelamento varia conforme a administradora de consórcios e as cláusulas contratuais específicas. Aqui está um guia passo a passo para ajudar você a entender como cancelar um consórcio:
1. Leia o Contrato
O primeiro passo é revisar atentamente o contrato do consórcio. Nele, você encontrará informações sobre as condições e penalidades associadas ao cancelamento. Preste atenção especial às cláusulas que tratam de desistência e devolução de valores.
2. Comunique a Administradora
Entre em contato com a administradora do consórcio para comunicar sua intenção de cancelar a participação. Esse contato pode ser feito por telefone, e-mail ou pessoalmente, dependendo da política da administradora.
3. Formalize a Solicitação
A administradora provavelmente exigirá que você formalize sua solicitação de cancelamento por escrito. Isso pode ser feito através de uma carta, e-mail ou preenchimento de um formulário específico fornecido pela administradora.
4. Entenda as Penalidades
Ao cancelar o consórcio, você estará sujeito a penalidades contratuais. Essas penalidades podem incluir a perda parcial do valor já pago e a cobrança de taxas administrativas. Verifique no contrato quais são essas penalidades e esteja preparado para elas.
5. Devolução de Valores
Após o cancelamento, o valor já pago será devolvido segundo as regras do contrato. Em muitos casos, essa devolução ocorre apenas ao final do grupo de consórcio ou quando sua cota é sorteada, o que pode levar algum tempo. A devolução pode não ser integral, já que as penalidades contratuais e taxas administrativas serão deduzidas.
6. Acompanhe o Processo
Após solicitar o cancelamento, acompanhe o processo junto à administradora. Mantenha registros de todas as comunicações e documentos relacionados ao cancelamento para referência futura.
7. Alternativas ao Cancelamento
Antes de cancelar, considere alternativas como a transferência da cota para outra pessoa. A transferência pode ser uma opção viável se você encontrar alguém interessado em assumir sua posição no consórcio. Isso pode minimizar suas perdas financeiras.
Exemplo Prático
Suponhamos que Pedro decidiu cancelar seu consórcio de automóvel após pagar 20 parcelas de um total de 60. Ele revisa o contrato e descobre que haverá uma penalidade de 10% sobre o valor pago e uma taxa administrativa de 5%. Pedro comunica sua intenção à administradora, formaliza a solicitação por escrito e aguarda a devolução dos valores conforme as regras contratuais.
Se Pedro pagou R$ 1.000 por parcela, ele já pagou R$ 20.000 (20 x R$ 1.000). Com a penalidade de 10% e a taxa administrativa de 5%, ele perderá R$ 3.000 (15% de R$ 20.000). Portanto, a administradora devolverá R$ 17.000, que será pago conforme o cronograma do grupo.
Cancelar um consórcio requer um entendimento claro das condições contratuais e das consequências financeiras. Ao seguir esses passos, você pode minimizar suas perdas e gerenciar o processo de forma mais eficaz.
Veja também: Qual a diferença de financiamento e consórcio?
Quando o consórcio faz sentido para você?
Para avaliar se o consórcio faz ou não sentido para você, é importante saber as vantagens e desvantagens dessa alternativa financeira. Veja abaixo:
Vantagens do Consórcio
- Sem Juros: Diferentemente dos financiamentos, os consórcios não possuem juros, apenas taxas administrativas.
- Planejamento Financeiro: Permite um planejamento de longo prazo para a aquisição de bens ou serviços.
- Flexibilidade: Oferece a possibilidade de contemplação por sorteio ou lance, o que pode antecipar a aquisição.
- Crédito Flexível: Pode ser usado para adquirir bens novos ou usados, conforme as regras do consórcio.
Desvantagens do Consórcio
- Tempo de Espera: Não há garantia de quando o consorciado será contemplado, podendo ser necessário esperar até o final do período do consórcio.
- Taxas Administrativas: Embora não haja juros, as taxas administrativas podem ser significativas.
- Comprometimento: O consorciado deve estar preparado para o comprometimento financeiro de longo prazo, pagando todas as parcelas até o final do consórcio.
Cuidado com o planejamento antes de adquirir uma casa própria
Adquirir uma casa própria é um grande objetivo para muitas pessoas, mas é essencial fazer um planejamento cuidadoso antes de tomar essa decisão. O primeiro passo é realizar uma avaliação financeira detalhada. Isso inclui analisar sua renda mensal e criar um orçamento para entender quanto você pode destinar ao pagamento da casa sem comprometer outras áreas das suas finanças. Também é importante manter uma reserva de emergência, equivalente a pelo menos seis meses de despesas, para lidar com imprevistos.
Além disso, é necessário considerar os custos iniciais da compra de um imóvel. A maioria dos financiamentos exige uma entrada que pode variar de 20% a 30% do valor do imóvel. Planeje economizar essa quantia. Além da entrada, existem outros custos, como taxas de escritura, registro do imóvel e ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis). Esses valores podem somar uma quantia significativa, então é importante estar preparado.
Na hora de escolher o financiamento, compare as opções oferecidas por diferentes bancos e instituições financeiras. Preste atenção na taxa de juros, no prazo de pagamento e no valor das parcelas. Certifique-se de que as parcelas cabem no seu orçamento sem comprometer suas finanças.
Quando estiver escolhendo o imóvel, considere a localização, a condição física e o potencial de valorização. A localização é importante devido à proximidade com o trabalho, escolas, transporte público e outras comodidades. Verifique a condição do imóvel para evitar custos adicionais com reformas e reparos. Também pense no valor de revenda do imóvel para o futuro.
É fundamental pensar a longo prazo. Considere sua estabilidade no emprego e outras fontes de renda, pois um financiamento é um compromisso de longo prazo. Reflita sobre possíveis mudanças na sua vida, como casamento, filhos ou mudança de emprego, que podem afetar suas necessidades habitacionais e financeiras.
Busque a ajuda de profissionais para tomar uma decisão informada. Um corretor de imóveis pode ajudar a encontrar o imóvel certo e negociar um bom preço. Um consultor financeiro pode avaliar seu planejamento e garantir que você está tomando decisões bem informadas.
Por fim, proteja seu investimento com seguros. Um seguro residencial pode cobrir danos e outros imprevistos. Se o financiamento for longo, considere um seguro de vida para garantir que sua família não fique sobrecarregada com a dívida em caso de sua falta.
Gostou do conteúdo? Veja este também: Impostos na aquisição de imóvel, tudo que você precisa saber
Caso ainda esteja na dúvida e queira uma análise mais detalhada e personalizada, conheça a opção de consultoria em financiamento e consórcio imobiliário do Minha Economia.
Aqui você pode pesquisar e comparar entre soluções financeiras, de modo a encontrar aquela que mais se encaixe no seu perfil, e o melhor de tudo: totalmente grátis. Clique aqui e faça quantas comparações você quiser.